Tão logo foi decretada a pandemia do novo Coronavírus pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em março de 2020, e os governos do mundo todo anunciaram as medidas restritivas, a fim de conter a proliferação da Covid-19, muitos questionaram, tal qual o poeta Carlos Drummond de Andrade, “E agora, José?”. Os setores econômicos, em especial aqueles que não prestam serviços essenciais, imediatamente buscaram alternativas para manter as atividades, ainda que de portas fechadas.
Escritórios aderiram ao home office, academias focaram nas aulas ao ar livre, bares e restaurantes potencializaram as entregas e o varejo, para continuar operando, foi obrigado a acelerar o seu processo de Transformação Digital fazendo, em cinco meses, o que levaria cinco anos, como bem definiu o presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra.
O fato é que a necessidade pôs a lebre a caminho, ou seja, motivou as empresas de varejo a tornarem-se mais ágeis para sobreviver à crise. Em 2020, 69% dos varejistas investiam em Transformação Digital. Em março deste ano (2021) eles já eram 90%. Outros 7% afirmaram que pretendem investir em TD nos próximos 12 meses e apenas 2% não investiram e não pretendem fazê-lo, mostra o estudo “Transformação Digital no Varejo Brasileiro – 3ª Edição”, da SBVC. No ano passado, 42% tinham a TD como prioridade da empresa e parte do desenvolvimento do plano estratégico, com ações e investimentos definidos, agora são 57%.
Como reflexo da pandemia, a principal área de investimento em TD, apontada pelos entrevistados, foi a implementação de venda online. Trinta e cinco por cento dos investimentos foram no omnichannel e 18% no e-commerce.
Quando o assunto é o atendimento ao consumidor, as soluções de pagamento lideram como ferramenta utilizada (94%) e, para os próximos 12 meses, as soluções de logística devem imperar, para 51% dos varejistas.
O estudo deixa claro que a Transformação Digital é uma realidade no varejo brasileiro. Os respondentes apontaram fatores como vantagem competitiva, auxílio na tomada de decisão do consumidor, redução de custos gerais na empresa e melhora na experiência do consumidor. Este último fator foi destacado por 63% dos entrevistados.
Mudança de mindset
Ok, mas se o varejo brasileiro já absorveu a ideia de que investir na Transformação Digital é bom para os negócios, o que falta para a sua completa implantação? Acertou quem respondeu: Mindset Digital, principalmente. É preciso haver uma mudança de mentalidade na relação entre os indivíduos e as tecnologias, de modo que estas passem a fazer parte da cultura organizacional da empresa.
Para que a TD possa, de fato, agregar benefícios para um negócio é necessário que ela esteja integrada ao propósito e ao plano estratégico deste negócio. Isto significa que a Transformação Digital não pode ser apenas um braço da empresa, destinado a resolver problemas ocasionais. É preciso transformar a mentalidade de líderes e liderados para que eles “pensem digital”.
Fonte: G1