O esquenta do comércio para receber os clientes no Carnaval já começou. Só no ano passado, a data movimentou cerca de R$ 8 bilhões no Brasil, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. Impulsionamento de postagens, envio de promoções para clientes e elaboração de itens personalizados para as festividades são algumas ideias que já começam a sair do papel para atrair novos olhares, concluir as vendas e conquistar mais clientes.
A data também estimula novas oportunidades com vagas temporárias para profissionais voltados para a área da limpeza e cozinha, por exemplo. Ou seja, de turismo a bebidas e serviços, o Carnaval pode ser oportuno para MEI (microempreendedores individuais) e MPE (micro e pequenas empresas).
Para a dona de uma empresa de peças feitas à mão Ana Paula Ribeiro Horiuti, mesmo que a cidade de Campo Grande (MS) não tenha uma forte tradição carnavalesca, o trabalho dela com os adornos para o cabelo é único e conquistou uma clientela fiel.
“As vendas para outros estados estão crescendo todos os anos. A procura por adereços já começou, mas uma coisa não muda, todos deixam para a última hora”, explica a empresária.
Ela ainda comenta que além de ter um Instagram, onde acontecem 80% das ações de venda e divulgações, encontrou na parceria com duas outras lojas a oportunidade de lucrar mais.
“No início, minhas peças eram para consumo próprio e para presentear as amigas, depois passei a expandir na internet e no comércio de outras pessoas. Além disso, me profissionalizei no ano passado. O Sebrae Delas foi fundamental para me capacitar, principalmente o Empretec. As consultorias e trocas de experiências com outras pessoas também modificaram minha maneira de ver o meu trabalho. Eu entrei como uma mãe que trabalha em casa, e saí uma mulher empreendedora, com metas e fluxo de caixa”, ressalta Ana Paula.
Segundo o analista-técnico do Sebrae/MS Carlos Henrique Oliveira, mesmo que a empresa não tenha uma atividade ligada ao Carnaval, é importante se preparar para a data e, por isso, reforça sobre a capacitação do empreendedor.
“É essencial pensar no tema Carnaval ou qualquer outra data comemorativa, pensar ‘fora da caixinha’, como dizem. O empreendedor pode atrelar à prestação de serviço, comércio ou empresa, e buscar parcerias para conseguir expandir e aproveitar esse engajamento do Carnaval para conquistar clientes, coisas que são aplicadas em um curso, por exemplo”, elucida o analista.
É assim que a Patricia Maas enxerga essa oportunidade. Ainda no segmento da moda, mas contemplando os animais de estimação, Patrícia confecciona roupas e acessórios para pets há mais de oito anos.
“Por terem bloquinhos de pets, elaboro uma coleção-cápsula, ou seja, com uma quantidade menor de peças do que uma coleção tradicional, específica para a folia. Ainda dou descontos para quem já é cliente e para quem está comprando pela primeira vez”, expõe a empreendedora.
Boas práticas
Mais do que inovar quando se fala em produtos para a data, o analista reforça que é preciso fazer uma boa divulgação para o público e ter o ambiente digital como aliado nesse processo.
“É preciso fazer, pelo menos, o básico nas redes sociais. O empresário não pode ter medo de se expor. Precisa aparecer e criar essa aproximação e identificação com o cliente”, comenta.
Leocedir Aparecida Barbosa tem colocado em prática essa dica com postagens diárias e catálogo de produtos. Ela é proprietária de duas lojas no interior do Mato Grosso do Sul: Reino das Fantasias e By Laços da Léo.
“Foi através dos laços que eu fazia para minha filha, porque em 2015 não se encontrava com facilidade na minha cidade, e das mães das coleguinhas da creche que pediam encomendas também, que veio a necessidade de ter uma loja de fantasias para combinar com os adereços”, relata. Além disso, a empresária conta que o diferencial está na parceria que firmou com um estúdio de fotos, promoters e casa de festas.
“É preciso encontrar animação em datas festivas, mesmo se o seu negócio não for ligado a ela. Não deixar de expor sua vitrine. Estar engajado, principalmente, no atendimento on-line; fazer relação do estoque, qual o tipo de produto necessário para estocar. Ou, servir como um ponto de apoio: temos um pessoal que não gosta de viajar. Aproveitar e oferecer produtos e serviços que tem a ver com esse cuidado: de que forma você pode se tornar um suporte para a pessoa que não quer ‘curtir’ o Carnaval? Se você fizer uma entrega, de que forma você pode fazer isso de uma forma diferente?”, finaliza o analista-técnico Carlos Henrique.
Fonte: Agência Sebrae