O setor do comércio deverá entrar em 2021 ainda com as sequelas do coronavírus, mas com expectativas de recuperação, na medida em que as ações de combate à pandemia, em especial a vacinação, sejam colocadas em prática e flexibilizem as normas de distanciamento social e de horários de funcionamento do comércio varejista.
De acordo com relatório elaborado pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), com base na Pesquisa Mensal do Comércio, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), já há uma tendência de recuperação no comércio ampliado (comércio restrito, mais material de construção e carros, motos e peças automotivas), que superou em 4,9% os níveis de venda de fevereiro, mês que antecedeu a pandemia.
A alta, no entanto, vem sendo puxada por segmentos específicos, como móveis e eletrodomésticos (10,8% no período janeiro/outubro), artigos farmacêuticos e de perfumaria (7,2%) e alimentos e bebidas (5,7%). “As pessoas deixaram de consumir em serviços e direcionaram seus gastos para outros itens, principalmente os de primeira necessidade, em supermercados e farmácias, que não tiveram restrições de funcionamento no primeiro semestre”, afirma Rafael Cagnin, economista do Iedi.
Segmentos que ficaram devendo ao longo de 2020, como tecidos, vestuário e calçados (queda de 27,6%) e combustíveis e lubrificantes (queda de 10,4%) ainda deverão sofrer nos primeiros meses. O público está acostumado com a compra presencial. Quem pôde aproveitar a força do e-commerce se deu bem, como foi o caso do Magazine Luiza.
Fonte: Valor Invest