Até o fim de outubro, o processo de cadastramento de chaves do PIX teve aderência de mais de 50 milhões de pessoas, segundo o Banco Central (BC). Esse é um grande indicativo de como o novo sistema de pagamentos instantâneos se tornará uma opção valiosa para pessoas e empresas. Vale lembrar que pessoas jurídicas poderão ter até 20 chaves cadastradas. O sistema entra plenamente em vigor no dia 16 de novembro.
Confira a seguir como o PIX pode beneficiar as vendas e o caixa do seu negócio.
Disponibilidade plena de recursos
As micro e as pequenas empresas são as que mais têm dificuldades para conseguir manter o seu fluxo de caixa saudável. Isso ocorre, porque as vendas nem sempre são recebidas de forma imediata.
Para as vendas realizadas com o boleto bancário, o lojista precisa esperar a sua compensação para ter o valor disponível. Caso o pagamento seja realizado nos fins de semana e feriados, os valores serão creditados somente no próximo dia útil. Nas vendas por meio do cartão de crédito, os valores estarão disponíveis em até 30 dias após a data da compra. A maior inovação do PIX será a disponibilização total dos recursos em até dez segundos, independentemente do dia e da hora.
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No PIX, a proposta é de que não sejam impostos limites de valores para pagamentos e transferências, como ocorre com DOC [Documento de Crédito]. No entanto, as instituições bancárias podem estabelecer limites como forma de mitigar fraudes e combater a lavagem de dinheiro, mas esses valores não poderão ser inferiores aos estabelecidos pelas demais modalidades de transferências.
Mais barato e eficiente
O PIX reduzirá os custos financeiros e operacionais, aumentando o controle de recebimentos, proporcionando mais rapidez na fila do caixa e transações mais baratas, diminuindo a necessidade de troco, e trazendo mais segurança para o comércio, por ser uma operação totalmente digital, sem movimentação de dinheiro físico.
O PIX não acabará com as demais modalidades de pagamentos, mas os benefícios, como baixo custo e segurança, farão com que ganhe mercado. Com mais agentes financeiros participando, a expectativa é de que a concorrência seja acirrada, o que vai refletir na melhoria dos serviços e na redução dos custos bancários.
A expectativa do BC é de que o custo médio para realizar as operações entre pessoas jurídicas seja relativamente menor do que o cobrado em DOCs, TEDs [Transferência Eletrônica Disponível] e até mesmo em cartões de crédito e de débito. O custo do PIX para os bancos e fintechs será de R$ 0,01 a cada dez transações efetuadas. Nas operações entre pessoas físicas, o PIX será gratuito.
Usabilidade simplificada para as lojas
Com o PIX, o empresário terá facilidade para controlar o fluxo de caixa, uma vez que os valores serão unificados em um extrato, o que vai facilitar a contabilização, inclusive permitindo uma melhor gestão do estoque.
Os pagamentos poderão ser realizados via chave PIX ou por meio dos códigos QR dinâmicos ou estáticos. O estático pode ser utilizado em diversas transações, como em transferências entre duas pessoas. Para o pagamento de compras, o dinâmico deve se mostrar mais funcional, pois cada operação apresentará informações distintas – e, ainda, deve permitir a inclusão de dados adicionais.
O pagamento em tempo real também vai agilizar a entrega das mercadorias, melhorando a experiência do consumidor, mas exigirá que o comerciante esteja acompanhando constantemente os estoques. Imagine a seguinte situação: o cliente paga e o dinheiro é transferido na hora, mas a loja não tem o produto. Por mais que se apresse para corrigir o erro, a credibilidade do negócio é afetada.
Abrangência
O PIX abrange todos os tipos de pagamento e transferências, envolvendo operações entre pessoas físicas, empresas e governo. Será possível pagar um boleto, por exemplo, por meio do código QR. Também será possível pagar tributos federais pelo PIX. O BC fez uma parceria com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) para permitir que a conta de luz seja paga via PIX.
Impactos positivos para o comércio eletrônico
Com o boleto bancário, há o risco de o consumidor abandonar o carrinho de compras e desistir do pedido. Na Black Friday, por exemplo, não é incomum o consumidor adicionar diversos produtos na cesta e gerar um boleto para pagar dias depois, somente para garantir que não perderá o produto nesse espaço de tempo. Se ele desistir, a loja perderá tanto essa venda quanto a oportunidade de outro cliente ter levado a mercadoria. Com o PIX, essa prática pode mudar. Aliás, o e-commerce pode adotar uma boa estratégia com o PIX pensada para a Black Friday.
Contudo, é importante ter em mente que não é apenas o boleto “abandonado” que pode levar à desistência do pedido, mas diversos fatores, como preço, falhas no sistema, exigência de muitos dados na hora de fechar a compra, etc.
Possibilidade de saques no varejo
O BC deve possibilitar o saque no varejo a partir do segundo trimestre de 2021. Isso pode beneficiar o reúso do dinheiro dentro dos próprios estabelecimentos, sobretudo em regiões onde não houver caixas eletrônicos disponíveis. Ainda não está definido como isso funcionará de fato, mas essa abertura de possibilidade deve gerar um upgrade tecnológico em pequenos negócios, de forma a tornar a experiência do consumidor muito mais confortável e prática.
Fonte: Fecomércio-SP