Na América Latina, o setor de Comércio e Serviços é o mais buscado na hora de abrir novos negócios. De acordo com a pesquisa GEM (Global Entrepreneurship Monitor), 54% dos novos empreendimentos na região atuam com serviços e 27% com comércio. O fenômeno é impulsionado pelo crescimento da população latino-americana urbana, o que gera uma demanda crescente por produtos e serviços e oferece uma ampla variedade de oportunidades para empreendedores de todos os tamanhos e segmentos. Além disso, esses setores têm uma baixa barreira de entrada, ou seja, não exige alto investimento para iniciar o negócio, e ainda oferecem boas oportunidades de crescimento, sendo possível expandir a empresa para novos mercados, abrir novas lojas e, até mesmo, franquear.
“O varejo é um setor que oferece aos empreendedores a oportunidade de trabalhar com o que gostam e de ter um impacto positivo na sociedade. Inclusive, no Brasil, é o maior gerador de primeiro emprego”, destaca o presidente da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), José César da Costa.
O Brasil registrou saldo positivo de 1.483.598 empregos formais em 2023, segundo o Caged (Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgado nesta terça-feira (30) pelo MTE (Ministério do Trabalho e Emprego). O maior crescimento do emprego formal em 2023 ocorreu no setor de serviços, com a criação de 886.256 postos. No comércio, foram criados 276.528 postos.
O varejo é mais procurado por empreendedores iniciais, especialmente, na Argentina, Brasil e Chile, segundo análise realizada pela Academia de Tiktokers em parceria com a Palco Inteligência de Mercado. O estudo utilizou dados da GEM sobre esses três países e a Colômbia, México, Peru e Uruguai.
A análise aponta também que, em geral, esses empresários buscam por autonomia e independência financeira e enxergam no empreendedorismo uma oportunidade de realizar seus próprios projetos e ter um maior controle sobre seu destino profissional.
“O empreendedor latino-americano tende a ser bastante consciente e maduro e com um bom repertório profissional, e o empreendedorismo é uma escolha e não uma necessidade para estar no mercado de trabalho”, detalha Clarissa Millford, cofundadora da Academia de Tiktokers, que ensina empresas a produzir vídeos curtos a fim de conquistar clientes e vendas. A escola digital já faturou R$ 12 milhões com a sua técnica.
“É um setor competitivo, com uma grande variedade de concorrentes, por isso, é essencial que quem deseje atuar nesse setor tenha um bom planejamento e esteja preparado para enfrentar os desafios”, orienta Costa.
Perfil do empreendedor latino-americano
O Global Entrepreneurship Monitor mostra que a maioria dos empreendedores latino-americanos é do sexo masculino (63%) e tem entre 25 e 34 anos (54%). Além disso, 63% têm ensino superior completo e 62% empreendem por oportunidade. A maior parte (66%) espera que seus negócios cresçam nos próximos cinco anos.
“De forma geral, o empreendedorismo na América Latina é um fenômeno dinâmico e crescente. Os empreendedores latino-americanos são motivados por oportunidades e buscam o crescimento de seus negócios”, resume Millford, que é especialista em estratégias de vídeos para o TikTok.
Quando avaliada a população economicamente ativa dos países, destacam-se a Colômbia e o Chile, onde 56,7% e 44% são de empreendedores, respectivamente.
Comportamento digital
A análise da Academia TT revelou que o índice de analfabetismo digital nos demais países latino-americanos estudados é menor do que no Brasil, sendo que Uruguai e Chile apresentam os menores índices: 12% e 19%, respectivamente. Com relação ao tempo de permanência nas redes, a população do Brasil, Chile, Colômbia e Peru permanece mais de 3h30 conectados por dia. No Instagram, os mexicanos passam entre 3 e 4 horas por dia, enquanto no TikTok ficam 50 minutos conectados/dia, período similar ao dos brasileiros, que é de 53 min por dia.
Quanto ao percentual da população usuária de redes, Chile e Uruguai novamente se destacam, com 93% e 90% dos usuários, respectivamente. Já quando o assunto é acesso diário às redes, o Brasil lidera com 91% da população; e Chile e México se aproximam com 88%. No Peru, o Facebook é a rede social mais acessada (86%); no Chile, é o Youtube (81%); e no Uruguai, é o Instagram (71%).
Esses dados mostram que os empreendedores do varejo latino-americano precisam fazer bom uso das redes sociais para alcançar o público-alvo e bater suas metas. “Observo que as varejistas que compreenderam a nova estratégia das redes e estão jogando bem o jogo dos vídeos curtos nas plataformas, estão liderando o seu segmento”, comenta a fundadora da Academia de Tiktokers.
“Os empreendedores latino-americanos fazem uso das redes sociais de forma bem dinâmica e engajada. É inegável a influência das novelas latinas no estilo de conteúdo consumido pelo público: criativo, impactante, dramático e colorido, são pontos marcantes no estilo de conteúdo produzido”, acrescenta a especialista em vídeos curtos.
Fonte: Varejo S.A (com informações da Agência Brasil)